Por José Telmo
Presenciei três vezes na última semana amigos atendendo o celular no trabalho, no curso e na hora do almoço. Vem aquele momento de desconforto ou surpresa para sacar rapidamente o celular e… era uma propaganda!
Entenda, não era um torpedo, era realmente uma ligação, no caso, a gravação de um comercial com duração de 10 a 15 segundos. Imagine a cena: o cliente recebe seu comercial, pára tudo o que está fazendo e fica ouvindo…
Convenhamos, o que acontece na realidade? Ninguém escuta até o final, ao primeiro sinal de que não é uma ligação todos desligaram o celular. Isso decorre de uma idéia errônea de simplesmente adaptar o formato de uma propaganda o celular.
A propaganda sempre é considerada uma forma de interrupção. De forma intrometida ele está em toda a parte: nos comerciais que dividem os intervalos das novelas, entre as reportagens das revistas, no banner do site que você acessa e até o outdoor quando o que você queria era apenas observar a paisagem.
Para o celular, essa ação de marketing intrusiva pode ter um resultado muito ruim para a saúde das marcas envolvidas, isto por que estamos sempre aguardando uma ligação importante, uma notícia ou emergência e surge… um comercial.
Com as constantes notícias na mídia sobre trotes e ameaças pelo celular e ainda um número estranho, não aguardado, evita que muitos atendam por receio e aqueles que o fazem podem ficar irritados com a situação. Sentimentos negativos nas marcas envolvidas (do anunciante e da operadora) não são bons resultados para uma estratégia de marketing.
Para uma boa campanha o ideal seria através de um público definido por cadastro prévio feito pela operadora identificando clientes VIP ou TOP em eventos patrocinados pela mesma e que, importante, aceitaram e tiveram ciência sobre receberem essa forma de propaganda em seus celulares. Ainda assim, esta ação possivelmente não consegue superar a eficácia de um torpedo, não tão invasivos ou irritantes que sua contraparte, acabam sendo lidos e deletados, mas ainda assim não o ideal em meio móvel.
Faz-se necessário uma boa estratégia calcada em cadastros específicos de preferências por notícias ou temas mesclados de interesses como forma de evitar que um anúncio equivocado ou indesejado toque no celular do cliente. Estimular o cliente a ouvir, aguçar curiosidade ou mesmo solicitar para que acesse um site ou veja o comercial que será veiculado mais tarde na TV.
Cuidado como você trata a relação da marca com seu cliente. Ele pode desligar na sua cara.