Você pode não ter percebido mas vivemos em um mundo de clichês. Possivelmente impulsionado pela rápida informatização da informação e seu acesso por todos, o uso descontrolado de materiais gráficos como imagens e fontes e o acesso a referências nacionais e estrangeiras tem conduzido a banalização do design resultando em peças sem estilo, originalidade ou responsabilidade.
Só para explicar, no Dicionário de Comunicação, clichê é uma placa de metal com uma superfície em relevo e em sentido inverso, era muito usado em tipografia para impressão de jornais e revistas antes do advento do offset e do fotolito. Hoje, clichê tem conotação de algo vulgar ou vazio por ter sido muito repetido.
Tema de capa da Computer Arts nacional nº2 “Seja Original! – Como ser criativo em um mundo de clichês“, mostra-se o quanto de elementos e idéias são repetidamente usadas, na busca de soluções “criativas” a toque de caixa ou sob pressão por demanda/tempo.
Seguindo esse sentimento anti-mesmice lembro de Strunk que em seu livro Como Criar Identidades Visuais para Marcas de Sucesso dizia para se evitar as elipses, e vou além: perceba a enorme quantidade de elipses, círculos e formas que fazem das marcas referências a outras gerando mais irmãs do que se imagina e não elementos de identidade e destaque de empresas e serviços.
Dessa saraivada de reusos surgem algumas idéias interessantes dos clichês como o site BanComicSans (Banir a Comic Sans), onde a fonte criada pela Microsoft em 1995 e de tão utilizada nos mais diversos formatos, meios e veículos chegou, segundo eles, ao máximo de sua utilização, resultando na criação do logo que ilustra essa matéria e a venda de produtos com a nova logo: canecas, camisetas e bonés.
Clichês não são de todo ruins, mas o seu uso inconseqüente sim. Eles permitem, em alguns casos, a aplicação de elementos que vão facilitar sua identificação, uso e valor investido trabalhando percepções anteriores ou buscando uma receptividade já pronta. Mas tenha muito cuidado ao fazer uso dos clichês, você pode estar depreciando um trabalho muito antes de sequer dar vida a ele. Estude bastante, pesquise, faça comparações e veja se o clichê é a saída ideal. Quem sabe não se gera um novo produto ou serviço como o do Ban Comic Sans?