Por José Telmo
No final de junho participei do Workshop de Hipercompetitividade realizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, no Centro Empresarial Barra Shopping. Organizado pelo Clube de Marketing Rio e apresentado por seu presidente, Cláudio Magalhães, estrategista e conferencista de várias empresas, ele teve a incumbência de apresentar uma nova visão a respeito da relação entre empresas.
De início Magalhães define diferenças entre campos de competição e hipercompetição. O primeiro é o mais básico encontrado, onde concorrentes disputam um mesmo nicho, mercado ou segmento. Hipercompetição ultrapassa essa visão com uma “guerra declarada” na busca de novidades, inovações frente à(sem crase) seus concorrentes em uma velocidade constante.
Segundo o palestrante, poucas empresas no Brasil atuam em campo de hipercompetitividade. Somente algumas áreas como bancos (Itaú e Bradesco) ou bebidas (Pepsi e Coca-Cola) em que a competição torna-se muito mais acirrada, chega ao ponto de Hipercompetição.
Para exemplificar, nos Estados Unidos, existem milhares de marcas do mesmo segmento como, por exemplo, os desodorantes com dezenas de concorrentes idênticos e algumas variações de odores e diferenciais. Como sobreviver em um cenário assim?
Qual o seu diferencial? Esta pergunta, segundo o autor, não é feita sobre a empresa, produto ou serviço que presta. Você sabe o slogan de seu concorrente? Para Magalhães, se você não conhece nem o slogan ou se este pode ser cumprido por ela, você está em desvantagem.
Magalhães mostra que vários negócios surgem à cópia de um produto vencedor já existente. Como exemplo, um copo de água branco. Logo, muitas empresas lançarão também seus copos igualmente brancos seguindo a mesma tendência, pois preferem apostar na garantia de um produto com mercado estabelecido e que tornou-se referência ou base de produto do que inovar ou arriscar na produção de um totalmente novo.
Case Páginas Amarelas:
A Páginas Amarelas por muito tempo era o líder de seu segmento mas com a entrada da Oesp listas e da Rio Listas, ambas concorrentes resolveram apostar no uso do amarelo também para serem reconhecidas dentro deste nicho. Um outro aspecto citado por Magalhães foi que essa estratégia de usar a mesma cor acabou gerando uma confusão na mente do consumidor e de anunciantes que optaram por anunciar na mesma.
Outros pontos de marketing citados pelo palestrante e muito utilizados nos Estados Unidos foram: Venda de estrelas e de espaços na lua e planetas. Através de um valor pequeno, cerca de quatro dólares, pode-se comprar um certificado nomeando o comprador dono de uma estrela, lote ou um planeta. A idéia deu certo pois foi muito utilizada para presentear amigos.
Uma ótima palestra que me motivou a repensar algumas estratégias de marketing e a cogitar novas abordagens. Conselho: sempre participem de palestras e eventos em várias áreas e quando digo “participar” é exatamente isso, opine, questione e, principalmente, faça seu networking.